sábado, 9 de janeiro de 2016

Caminhemos...

 



         Tenho refletido sobre os momentos de dificuldades que, às vezes, vivemos. A vida é um movimento constante. Subidas, descidas, curvas e paragens. No percurso, apostamos em projetos, causas, sonhos, relacionamentos... Tudo depende de nós, do quanto regamos, do quanto nos dedicamos e da verdade que colocamos em tudo que fazemos. Mas não somos autossuficientes e, portanto, apostamos também em pessoas. Sabemos que algumas pessoas têm coração, outras só razão. Outras, não têm nada. São vazias. Frias. Nada melhor do que o tempo para revelar esses detalhes e lapidar nossas percepções. O tempo ensina que, vez em quando, o céu escurece. Às vezes, os erros são nossos, porque tomamos decisões que acreditávamos ser a melhor para o nosso crescimento ou para o bem dos outros. Acontece. Somos humanos. Há situações de perdas que parecem arrancar um pedaço de nós, a alegria desaparece e as lembranças latejam, como diz Chico Buarque em uma canção:  "Oh, pedaço de mim / Oh, metade amputada de mim / Leva o que há de ti / Que a saudade dói latejada / É assim como uma fisgada / No membro que já perdi". Apesar de tudo, é preciso seguir em frente, bravamente. É assim que deve ser.
         Cada um de nós tem uma forma única de agir e reagir diante dos momentos em que o nosso interior pede uma força maior, pede um movimento diferente. Momentos em que somos retirados do território onde nossos pés sentem-se seguros, onde sentimos o suave perfume da tranquilidade. Gostamos de segurança, de lutas justas, de desafios saudáveis, de gente que caminhe de mãos dadas conosco. Infelizmente, no caminho há trechos árduos... pedras, armadilhas, obstáculos. Sofremos porque nos decepcionamos, nos machucamos com a perda de algo ou alguém. Como é amargo o sabor da decepção... Como são dolorosos os tropeços... A princípio, não compreendemos o que acontece. E questionamos. Tudo acontece por uma razão. Devemos refletir sobre nossas apostas, sobre as dificuldades e decepções. Quando finalmente o entendimento chega, agradecemos pelo momento duro que passou. Assim, descobrimos que as dificuldades servem de mola propulsora para o nosso crescimento e amadurecimento, para que passos mais largos sejam dados, para que novas portas se abram.
          Não fiquemos à beira do caminho, empoeirando os olhos. Há momentos de glória e felicidade que esperam ser alcançados. Voltemos os nossos olhos para o Céu. Calcemos as sandálias da fé. E, vestidos de esperança, caminhemos.

Sob o sol ou sob a chuva, caminhemos.
Apesar dos obstáculos, caminhemos. 
Pois entre as pedras encontraremos flores.