quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Momento de fraqueza...

“Cada coisa a seu tempo... Não florescem no inverno os arvoredos, 
nem pela primavera, têm branco frio, os campos.” Fernando Pessoa 


Olho para o relógio do pulso, do criado-mudo, da parede, das ruas... Eles dizem tudo, exceto as horas. Às vezes, me sinto assim. Não sei o que fazer. Não sei o que pensar. Não sei se é cedo ou tarde... se o tempo parou ou as coisas pararam no tempo; se permaneço ou me desfaço; se fiz ou deixei de fazer; se falei demais ou de menos; se entreguei todo o meu ouro, quando deveria guardar; se cantei na hora errada, cantei a música errada ou não deveria cantar; se...

De repente, tudo parece perdido. Paraliso. Nessas horas, que os relógios teimam em não dizer... e ninguém diz, há uma mensagem oculta que, ás vezes,  eu não consigo entender. Outras vezes, entendo, mas não aceito. Quero o concreto, a verdade, o doce escondido. Desses momentos, resta a generosidade da alma absorta, serena... A paciência também é uma companhia. E, por trás dela, descubro um sentimento extraordinário... bonito por não ser fruto de nenhum plano. Desejoso de ser mais, de ser "nós." 

Diante da dúvida, vem a antiga, mas sempre nova credencial que, em instantes, me  leva ao futuro, mostrando um tempo que virá. Um tempo, onde não haverá espaços para "se", "talvez", "ou", "quem sabe". Me fala de coisas que, certamente, a razão não falaria. Esta credencial que chamo de intuição, quase nunca falha e eu quase sempre acredito. Quase sempre. 

Sobre o tempo, nada sei... mas o que era efêmero se desfez. Ficou o que é eterno.