segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O Natal dos outros meses...


"Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota." Madre Teresa de Calcutá

  
Esses dias que antecederam o Natal, foram bastante agitados. Confraternizações e mais confraternizações; a preocupação com a arrumação da casa, os preparativos para a ceia,  as compras de Natal... roupas novas, presentes e mais presentes.  Os shoppings, as lojas, as ruas... cheios de gente indo e vindo. Euforia, alegria... infelizmente, apenas para alguns. Há o outro lado. Um lado que muitos conhecem somente através da mídia. Lamentam, mas mantêm distância.

Convivo com pessoas de todas as classes sociais. São amigos, conhecidos, clientes, familiares.  E, muitas, dessas pessoas, reúnem-se para fazer uma ação solidária no Natal. Entrega de cestas básicas, brinquedos, roupas, etc... para os mais necessitados (de tudo). É louvável, bonito... muito válido. Mas, 80% faz isso apenas nessa época. E os outros dias? São pessoas boas e com um grande potencial para fazer mais, no entanto, dizem que durante o ano, às vezes, a correria do trabalho, as dificuldades do dia-a-dia, o cansaço e a falta de tempo, impedem a participação efetiva e afetiva em qualquer trabalho voluntário. Ora, todos nós temos uma rotina e passamos por problemas e dificuldades. Tempo? Tudo é questão de prioridade. Nós temos tempo para tudo. É só querer. Dizem, ainda, que as políticas pública de combate à pobreza são insuficientes, ineficientes e que o governo precisa criar programas sociais mais consistentes. Em relação a isso, não penso diferente. Mas, não podemos cruzar os braços e esperar. É preciso preparar o amanhã. É preciso contribuir de alguma forma. Estamos muito dispersos. É preciso ter a consciência de que somos uma grande equipe e juntos somos capazes de grandes realizações. Há muitos, por aí, nas ruas, nas comunidades carentes... sem alimentos, sem oportunidades, sem afetos, sem esperanças. Eles passaram o ano inteiro com as mãos estendidas esperando por aqueles que dão as mãos apenas no Natal. 

Neste Natal, convido todos os amigos a uma reflexão sobre a verdadeira solidariedade... aquela feita dia-a-dia, aquela capaz de devolver a dignidade, aquela capaz de reacender a chama da esperança, aquela que faz o céu acontecer na terra, aquela que antecipa o nascimento do Menino Jesus... Aquela que faz o Natal acontecer em janeiro, fevereiro, março, abril... enfim, em todos os meses do ano.

Há muito a ser feito. E nunca é tarde para começar. Vale a pena.

Natal é partilha, é renovação, é renascimento, é libertação, é tempo de perdoar... Desejo a todos um Natal verdadeiramente feliz.

E que o Espírito Santo leve paz e saúde aos que estão nos leitos dos hospitais, àqueles que estão nos presídios precisando de um coração transformado, àqueles que estão há muito tempo gerando o Menino Jesus e não permitem que o nascimento aconteça...

Que Jesus possa nascer e permanecer!

Boas Festas!